Leia ao som de:
Hoje a
saudade veio bater em minha porta e preciso confessar que não hesitei ao
abri-la, eu a convidaria para um chá mas lembrei que desde a sua partida eu não
bebo mais, é que não tem o mesmo gosto de quando você o preparava. A saudade
veio e falou de você falou de nós me fez recordar tudo o que vivemos, me fez
recordar de como eu amava quando o seu perfume amadeirado ficava em minha
blusa, de como era bom usar o seu moletom nos dias frios. Me lembrei de todos
os momentos felizes e os tristes também, do último beijo um tanto quanto
salgado devido as lágrimas, do abraço de despedida tão apertado que era
possível sentir seu coração, das promessas que jamais serão concretizadas. Fiquei
me perguntando onde foi que erramos, em que momento deixamos de caminhar juntos
e passamos a caminhar sozinhos, como deixamos tudo acabar dessa forma. Ouvi
dizer que está namorando, ela já sabe das suas manias? Ela sabe que você acha
lindo mulher usando vestido, que seu suco preferido é de laranja, que ama gatos
e cachorros, que você é bem bravinho? Me conta, ela tem o mesmo poder que eu
tinha sobre você, que quando não conseguia alguma coisa era só fazer chamego e
aquela carinha que você nunca resistia e pronto eu poderia te pedir o mundo, então,
ela tem esse poder? Impressionante como a saudade faz estragos, você sabe bem
do que estou falando, sei que também sente falta, que chora de madrugada e fica
pensando que poderia ter sido tudo diferente. Talvez um dia eu lhe envie está
carta contando que a saudade deixou de ser visita e passou a ser morada.
- Nanda Vaz
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